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11.12.12

There's something wrong.

Moço, eu não sei quem você é, mas eu gosto de conversar com você. Está sempre por aqui quando eu preciso apenas de um tempo para colocar pra fora tudo o que está acumulado aqui dentro do meu peito.

Você não tem pressa. Não me dá razão e muito menos me tira ela. Você não me pressiona e não se importa que eu esteja alegre demais, triste demais ou nervosa demais em menos de 5 minutos. Você não liga para o meu humor oscilante. Não tem interesse de saber porque eu mudei de ideia tão rápido. Você não me interrompe quando sabe que eu estou pensando em uma maneira de manter a calma. Você não me enche de perguntas, mas sabe que eu preciso fazê-las o tempo inteiro. 

Você não me provoca quando eu assisto aquele filme várias e várias vezes porque sabe o motivo. Você sabe o meu segredo e não me critica por mantê-lo. Também não dá bola para a minha falta de paciência e nem usa o meu jeito estourado e inconsequente de ser como motivos para um "Precisamos conversar".  Você não faz nada disso porque você não existe. E eu gosto tanto de você, porque gostar é suficiente no momento e é o que eu preciso. Gostar é bom porque não envolve promessa, não envolve pressão. Gosto de você moço, porque você sabe que eu não posso te amar. Não posso te amar agora. 

Eu não te amo. Amar é muito e eu não posso com tanto peso no momento. Eu não estou pronta e você sabe. Eu não estou pronta para muita coisa e eu não tenho previsão de quando eu vou estar, mas você não tem pressa, não é mesmo? Você não me pressiona e nem diz coisas que fariam eu me sentir uma cretina. Eu sei que quando eu precisar falar, você vai estar aqui para saber de todos os meus motivos...

Agora... Estaria eu gostando do nada? Estaria eu gostando de ninguém? Estaria eu gostando de mim mesma? Eu não sei, essa coisa toda perde o sentido quando eu tento explicar. Acho que é porque são sentimentos e tanta gente diz que sentimentos não se explicam.

Acho que preciso de um milagre, mas Deus é muito ocupado. Ele tem coisas mais importantes para serem feitas. Então continuo seguindo do meu jeitinho, cheia de perguntas sem respostas que eu não espero realmente que sejam respondidas. Você se lembra, eu prefiro não saber. 

Permaneço naquele jogo perigoso onde cada dia mais fica difícil me equilibrar nessa corda bamba da vida. Vou de um lado para o outro, quase caindo. Não tenho dois pés esquerdos para ser tão desequilibrada, mas acabei me sentindo assim de alguns tempos pra cá. 

Acho que me desequilibrei demais e não me lembro ao certo como se faz para não cair. Me encontrei pendurada nela. Daqui onde estou consigo ver que a queda é feia. Como aquelas que acontecem uma vez ou outra na vida de algumas crianças que descobrem que é divertido pular na cama e acabam beijando o chão. E eventualmente ganhando um braço quebrado... 

O sorriso? O sorriso permanece porque ele é um disfarce perfeito. Ele é a linha tênue entre o belo e o desastre. Eu o transformei no mais impetuoso que existe e com ele sei que vou me machucar, moço. E se eu não me machucar, sei que vou machucar alguém porque é o que eu faço. Você sabe, eu faço isso com certa frequência e as vezes nem tenho a intenção. 

Eu apenas sei que tem alguma coisa errada e eu sei que as minhas palavras já não fazem mais sentido. E juntos sabemos como isso é cruel para quem sente demais. 

2 comentários:

  1. Simplismente perfeito. Um dia já tive esse pique e essa capacidade de escrever bons textos. Hoje, não consigo mais passar pro papel tais sentimentos. De verdade, PARABÉNS!! admiro pequenos escritoras e escritores como você, que muitas das vezes, são bem melhores que muitos por aí!! Beijo

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  2. Muito bom. Sinto como se as palavras fossem minhas.

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